domingo, 1 de fevereiro de 2009

Tormenta

Vára a tormenta de granizo e lama
Que te vergasta a noite escura e fria,
E, erguendo em prece a taça da agonia,
Sorve gemendo o fel que se derrama.

De alma cansada e pensamento em chama,
Ouve em silêncio a enorme gritaria
Da turba que te fere e calunia
Descendo para a treva que a reclama.

De peito aberto por sinistras lanças,
Sob as pedras e farpas em que avanças,
Bendize a senda estreita e atormentada!...

Chora, mas segue alçando a luz sublime,
Que, além da sombra que te envolve e oprime,
Fulgura o céu de nova madrugada...

psicografia de Xico Xavier

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