Época de Natal

O natal é sempre tempo de reflexão sobre o ano e a preparação para um recomeço, tempo de ver o que faltou para se planejar para mais uma jornada ao redor do Sol. Muitos aprendizados ficaram. Uns a serem lembrados outros a serem esquecidos.

Aos cristãos: Feliz natal do nosso mestre Jesus!

Muitos associam o natal ao consumismo, no entanto é possível associar a troca de presente à doação aos outros de algo que não podemos lhes fazer durante o ano. Uma espécie de recompensa por faltas ou ausência nossa.  Acaso conheça a lei do carma entenda que é uma época de ajustes, um complemento ao carma ainda não equilibrado por nós para com nossos relacionados.

O consumir por consumir deve mesmo ser evitado, ao gastar estamos gastando parte de nossa energia que convertemos em dinheiro pelo trabalho, pense assim. O que doamos volta para nós. Em forma de bens materiais ou espirituais, como o fortalecimento de uma amizade. Mas devemos ver onde estamos semeando, se em terrenos férteis ou em areia e pedras.

Os sentimentos pregados são muito bonitos, mas na atualidade as palavras perderam muito a força que tinham. Amor se confunde com paixão, liberdade com descumprimento das leis antigas e imutáveis, acaso discorde que não existem leis imutáveis, tente discordar da lei da gravidade por exemplo. Também não devemos ser intolerantes, pois como podemos combater algo errado com violência e repressão se isto também é contra a mesma lei?

Ha muito a refletir, ao querer mudanças continuas e permanentes devemos trabalhar em um lugar onde isto seja possível, e este lugar é nosso microcosmo, nosso eu interior, nós mesmos. O único lugar que podemos transformar com esforço e dedicação. Há muito a ser feito pela sociedade, mas se não nos aperfeiçoarmos, não seremos nós que iremos fazer.

7 de Setembro

Conforme prega o Budismo devemos sempre buscar o caminho do meio. No  entanto no atual contexto de violência no país onde é possível fazer tudo que se queira sem medo de punição, o dia da Independência ficou tímido e encolhido entre as ameaças de rebeldia social (vândalos se fossem Germanos contra Roma). Mas o que realmente importa é que a fraqueza das leis está à vista para os criminosos e desordeiros sociais. Menores não são punidos. Assaltantes esperam julgamento em liberdade, pois pagam (com que dinheiro?) a fiança e tem aprovado o habeas corpus por terem livrado o fragrante, isso tudo só ocorre se forem pegos claro.

Corruptos já são julgados e condenados, só não são presos. Falta educação, o que compromete tudo o mais. Não há profissionais suficientes na saúde, se há não há estrutura para abriga-los. Como país de 200 milhões de habitantes devíamos exportar profissionais não importar sem exigir qualificações. E só pra constar que estamos a favor da vinda de médicos para atender no interior, já que os daqui não se atrevem, deveríamos pagar aos cubanos não a Cuba.

Agências bancarias são diariamente explodidas, não vi movimento repressor nem projeto de melhoria da segurança no Ceará por exemplo.

Neste contexto o 7 de setembro fica como coadjuvante, aguardamos Independência, após isto podemos comemorar.

Sonho

Voava em Direção ao desconhecido. Nada certo, nada via com clareza. No meu entendimento estava no meio do deserto, mas a paisagem variava rapidamente. Nuvens escassas, passavam rápidas. Não havia verde. Só uma vegetação seca, sem folhas.

Força na Fraqueza

No tempo, solitário vaga

Sem tempo de entender o que se passa.

Ao redor tudo muda envelhece, desaparece

Novos tempos novos acontecimentos...

Mas no limiar do tempo,

desvanecem-se as forças do guerreiro

Ele tomba fica caído e sem forças para se erguer.

Desiste, desentende-se consigo mesmo.

E na extrema fraqueza uma luz surge

seu interior fica iluminado

Nada mais a perder, estar livre

E na liberdade surge a força

Força que não depende de nada

Pura energia criativa

Então o guerreiro se ergue

Mais forte e mais livre que nunca.

Mensagens visuais

Sistemas são feitos por pessoas e para pessoas, o difícil é entender as necessidades e perceber os sentimentos delas. Por mais que nos apliquemos na observação, sempre deixamos passar o que as pessoas estão sentindo, ou deixamos de entender as mensagens que elas tentam nos passar.

No contato diário em conversar podemos perceber sinais de irritação, desinteresse, admiração, entendimento, etc, apenas em certos gestos simples. O corpo fala mais que as palavras ditas. Vivemos em uma sociedade onde as pessoas raramente dizem o que realmente querem dizer, quando dizem suavizam ou disfarçam com sorriso ou outro gesto corporal.

As mensagens enviadas sempre sofrem distorções e cada pessoa percebe de forma diferente, pois incrementam a informação recebida com sua visão de mundo e quase nuca tentam entender a visão do emissor, que deveria ser de fundamental importância.

Pessoas raramente passam o que estão sentindo. Na maior parte das vezes mascara seus sentimentos com um disfarce social qualquer, no entanto sempre deixam ir junto com o disfarce um sinal que o denuncia. Nosso desafio é sobressair-nos neste contexto de falsidades, desconfianças e mentiras. Entender o outro é uma difícil tarefa. Não podemos afirmar que todos estão agindo exatamente assim, da mesma forma que não é possível dizer que alguém está sendo realmente verdadeiro o tempo todo. Não é um jogo de intrigas e enganos, mas uma sutil forma de ver a realidade. Pessoas mascaram seus sentimentos em relação às outras o tempo todo.

Então o ato de relacionar-se com os outros é uma arte de difícil execução, necessitamos de tamanho estado de atenção para não deixar passar nem mesmo um gesto de reprovação para assim entendermos que a pessoa esta sendo sincera no que diz. Um tom de voz, uma cara, uma boca são símbolos essenciais ao entendimento das mensagens, fiquemos atentos, mas sem paranoia de que todos são falsos, pois algumas vezes os outros disfarçam para não nos machucar, as intenções podem ser sempre boas.

Assim seja no trabalho ou na família, em maior ou menor grau, pessoas estão disfarçando mensagens para lhe enganar ou proteger, de uma forma ou de outra saber lar os sinais e assim entender melhor as mensagens lhe fará perceber uma parcela da realidade que normalmente fica oculta entre as linhas. Procure ser neutro se conseguir, não há necessidade de perguntar a pessoa sobre tais gestos ou sinais, elas sempre negam.

Ética da minoria

 Apesar de existirem grandes admiradores de Nicolau Maquiavel, e de o mesmo ter influenciado o pensamento politico moderno não podemos nos deter somente em seus conceitos, que apesar de ter sido quem mais exaltou o homem (antropocentrismo) foi também quem mais aproximou os homens dos animais defendendo qualquer ato que levassem os ao poder.

No atual contexto não há grande diferença no exercício do poder quanto ao que descrevia Maquiavel, mas não temos como provar se ele estava certo ou se o que ocorre hoje é consequência da aplicação de seus conceitos, que foram elaborados a partir da observação de lideres da época. Assim se tivesse ele utilizado sua perspicácia mental para selecionar bons exemplos nossa sociedade seria melhor hoje.

Há possibilidade de exercer ética na politica, mas precisamos quebrar alguns paradigmas atuais como: “ter sempre mais”, “quanto mais lucro melhor”, “ investir mais em tecnologia que dê lucros e menos no desenvolvimento humano e na qualidade de vida da maioria”, “lutar pelo monopólio do poder em vez de compartilhar o poder”, entre tantos outros que sabemos que jamais trarão melhoria para classes sociais menos favorecidas.

Exalta-se em nossa sociedade capitalista todos esses conceitos que há algum tempo vem sido questionados pelas classes trabalhadoras que sabem que sustentam um sistema do qual não recebem amparo. Temos então uma ética da minoria, que é questionada pela ética da maioria, a tendência é que com o tempo deva haver um equilíbrio de forças, o que vemos atualmente é resultado desta luta, onde os poucos trabalhadores esclarecidos buscam uma ética da maioria, mas ainda são poucas as vozes que pedem por isto, seja por falta de educação ou por acomodação pessoal.

Cristianismo

Não cabe a mim, pensar desmedida e detidamente sobre algo já bastante saturado. O evangelismo em nosso país toma proporções incontroláveis. Apesar do idealismo medieval da imposição da fé pelo medo, que já foi superado até por católicos antevemos um retorno a idade das trevas, faltando para isto apenas ver pilhas de livros sendo queimados em público. Se bem que o termo queimar está com nova estampa, no sentido de proibir, levando as massas de seguidores a abrir mão do pensar próprio, em prol de seguir idealismos de pessoas nem sempre bem intencionadas, e até mesmo os que são bem intencionadas acabam repetindo em vez de pensar algo novo. Prendem em vez de libertar.

Nossa crença cristã, após fusão com o paganismo, e uma frustrada tentativa de dissolução de uma reação irreversível, no renascimento tornou-se sem identidade. Restando ao ocidental a busca desvairada de uma crença que o satisfaça espiritualmente numa confusão de conceitos tão contraditórios que os torna cada vez mais ateus do que religiosos no sentido prático. Evangélicos são materialistas ao extremo, negam a existência de vida após morte antes do juízo (final?), uma contradição atual já que o próprio cristo manteve encontro com mortos (Elias).  Se o contra argumento é que ele pode por ser o Cristo, negam que Ele mesmo afirmou que podemos fazer todas as obras que fez e ainda maiores se tivermos fé.

O espiritismo é o segmento cristão que mais se aproxima de espiritualidade no sentido prático. Aproxima-nos da nossa dimensão, espiritual não exploram seus adeptos sugando seus salários ou até o que não têm, pelo contrário ajudam e incentivam a prática de ajudar ao próximo. Pregam a evolução do homem em vez do medo. Buscam aperfeiçoamento pessoal em vez de escravizar as mentes, pregam a liberdade de pensamento. Isso o torna a doutrina dos livres pensadores ocidentais, pensadores que não necessitam receber dízimos em nome de Deus, e que pagam o verdadeiro Dizimo em forma de ajuda ao próximo. Ainda sofre muita crítica de cristãos conservadores e evangélicos temerosos que o confundem muitas vezes com religiões africanas, por ignorância, pois são proibidos de pesquisar o tema, ou não se dão ao trabalho de pensar por si.

A verdade está recôndita em todas as religiões da terra que ensinam o caminho de volta ao nosso verdadeiro ser. Cabe ao homem travar luta contra o medo, a preguiça de pensar, a falta de interesse pela pesquisa de si mesmo. Precisamos de experiências pessoais que nos liguem a nossa parte imortal, que nos despertem da letargia. Há muitos caminhos a seguir, nenhum é pior que outro, mas precisamos entender que possuímos inteligência por alguma razão.